Play, modernidade ou dejà-vu?
A lenda da alta-costura, Givenchy, se consagrou no mundo da moda como um ícone do glamour e da elegância, sempre explícita através de suas formas sóbrias e clássicas com que vestiu a musa do cinema Audrey Hepburn (do filme “A Bonequinha de Luxo”), e outras celebridades como Jacqueline Kennedy, Grace Kelly e atualmente, Madonna, entre tantas outras. No mundo da perfumaria, a Givenchy marcou época com o mítico L’Interdit e Monsieur, nos anos 50 e, com o estrondoso sucesso de Amarige no início da década de 90. Mais recentemente, no final dos anos 90, lançou Pi, um perfume que embora não tenha repetido o sucesso dos anteriores ainda assim marcou uma quebra de paradigmas na perfumaria masculina. Digno de nota também é Hot Couture que inovou a perfumaria feminina com seus acordes gourmands.
Foi com essa expectativa que tive meu primeiro contato com Play há algumas semanas atrás. Confesso que não fiquei muito impressionado e acabei me esquecendo dele, por algum tempo, mas ao ver a publicidade, decidi fazer um novo teste para tirar minhas conclusões.
A campanha publicitária foi bem elaborada. Justin Timberlake, como garoto propaganda, encarna, com muita elegância, o jovem “antenado”, sempre atento às novidades musicais e tecnológicas. O design do frasco em forma de um aparelho multimídia confirma isso, enquanto que o nome Play convida você a entrar no jogo e deixar a música rolar.
O perfume foi lançado em duas versões: Play e Play Intense. As fragrâncias têm um perfil aromático semelhante, mas diferem pelas notas de fundo um pouco mais pronunciadas no Intense, pela presença de láudano e de fava tonka, que dá um toque gourmande e menos cítrico. Os frascos seguem o mesmo design, apenas em cores diferentes, incolor para o Play e preta para o Play Intense, que harmoniza com suas notas de fundo, mais marcantes. Na versão Play, as notas iniciais são frescas e amadeiradas, sobressaindo-se a bergamota, a toranja e notas de madeira que lembram o sândalo. O corpo apresenta um acorde amadeirado mais picante, composto de madeira de Amyris haitiana, que é um substituto do sândalo do Mysore de odor um pouco mais adocicado, pontuado por nuances de pimenta negra com flor de cafeeiro, que precedem as notas de fundo, mais secas e quentes de vetiver e patchouli, respectivamente. O conjunto resulta numa fragrância agradável e refrescante. Nada muito surpreendente, mas que vai muito bem numa manhã de verão, ou mesmo no final da tarde, para revigorar os sentidos amortecidos pelo stress.
Família Olfativa: amadeirado-especiado
Play Intense by Givenchy
Família Olfativa: oriental-amadeirado
Notas de saída: bergamota, mandarina, laranja amarga
Notas de corpo: madeira de Amyris, pimenta rosa, flor de cafeeiro
Notas de Fundo: vetiver, patchouli, láudano, fava tonka
Play é mais um dejà-vu, assim como tantos outros, sua fragrância apesar de ser agradável não inova, nem surpreende, mas se mantém numa zona de conforto: não incomoda para não ser incomodado. Talvez o verdadeiro diferencial para Play seja a estratégia de marketing, que aposta no estilo Justin Timberlake e no visual clean-tecnológico. Assim, seguindo as tendências da era digital, a Givenchy faz um up-grade e reposiciona a marca para um público mais jovem, formado por Geeks e curiosos. Fica devendo a experiência “multi-sensorial” prometida na propaganda.
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Crédito das imagens:
· Parfum de Pub < http://www.parfumdepub.net/
· Givenchy < www.playgivenchy.com/
1 comment:
Concordo com a informação. O que me surpreende é a essência de sândalo Play. Eu acho que é uma das fragrâncias que o distinguem de outros perfumes, entre outras coisas.
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